Dica de Avaliação de Literatura - Ensino Médio (Romantismo; pantagruélica: no movimento romântico brasileiro; Parnasianismo - França X Brasil)
1. Discorra
sobre a tradição moderna, especialmente pela perspectiva do texto “Invenção,
subdesenvolvimento, modernidade”, de Octavio Paz.
Pela perspectiva do texto “Invenção,
subdesenvolvimento, modernidade”, de Octavio Paz, podemos apontar
alguns aspectos interessantes:
Invenção: podendo destacar uma parte do texto que
diz que “o artista vive a contradição: quer imitar e inventa, quer
inventar e copia”.
Subdesenvolvimento: quando diz que “alguns
críticos mexicanos empregam a palavra ‘subdesenvolvidos’ para descrever a
situação das artes e das letras hispano-americanas”, fazendo um
paradoxo entre a própria cultura e a economia.
Modernidade: na passagem “modernidade e
progresso se parecem por ser manifestações da visão do tempo retilíneo”.
Por conseguinte, podemos concluir que não há como se “criar
o novo” e autêntico, pois o pensamento não o é, mas sim a reprodução de
pensamentos, criações, ideias fundadas no passado. Jamais devemos reger as
obras do tempo fincadas na ideia de sucessão linear, mas sim pela ideia de
combinação. O antigo junto com o novo, o novo com o antigo. “Arte da
conjunção”.
2. Explique
as razões que determinam o Romantismo como momento de negação, bem como a sua
posição em relação à tradição literária que o antecedeu.
O Romantismo surge como movimento de negação; negação neste
caso, e na literatura luso-brasileira, mais profunda e revolucionária, porque
visava redefinir não só a atitude poética, mas o próprio lugar do homem no
mundo e na sociedade. O Arcadismo se irmanava aos dois séculos anteriores pelo
culto da tradição greco-romana; aceitava o significado literário da mitologia e
da história clássica; aceitava a hierarquia dos gêneros [...]. Os românticos
foram buscar nos países estranhos, nas regiões esquecidas e na Idade Média
pretextos para desferir o voo da imaginação.
3. Situe
a poesia pantagruélica no movimento romântico brasileiro.
Vem de um personagem denominado Pantagruel, de François
Rabelais – 1454-1550; o mesmo fora publicado em 1532 através de folhetins,
sendo denominado um romance de cavalaria. Seus livros eram considerados
herege e obscenos.
No Brasil, Bernardo Joaquim da Silva
Guimarães (Ouro Preto, 15 de agosto de 1825 — 10 de março de 1884) foi um romancista e poeta brasileiro,
conhecido por ter escrito o livro de nome A Escrava
Isaura. Ele teria introduzido no Brasil o bestialógico (ou
pantagruélico), que se tratava de poesia cujos versos não tinham nenhum
sentido, embora bem metrificados. A maioria dessa poesia não
foi publicada porque era considerada pornográfica,
e se perdeu. Para alguns críticos, o melhor do escritor seria o bestialógico.
Um exemplo dessa produção (não-pornográfica) é o soneto Eu Vi dos Pólos
o Gigante Alado.
4. Quais
são os poetas que melhor representaram o parnasianismo brasileiro?
Os parnasianos que melhor representam o parnasianismo
brasileiro são: Alberto de Oliveira, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho.
5. Aponte
quais os poemas considerados verdadeiros manifestos do parnasianismo na França
e no Brasil e as diferenças do movimento nos dois países.
O Parnasianismo surge na França em 1866, pelo escritor
Lemerre, ao qual reuniu numa antologia as produções poéticas de tendências
diversas, mas na maioria desejos de reagir contra os aspectos mais sentimentais
e mais convencionais do romantismo. Outros também se destacaram, como Copée – o
qual encarnou por excelência a nova corrente, preconizando a objetividade e
cenas; a descrição sentimental, abolindo o transbordamento afetivo doromânticos; a
renovação dos temas, com preferência pela história antiga, os povos orientais,
do vocábulo raro e preciso, dos efeitos plásticos e sonoros capazes de
impressionar os sentidos.
Assim, os parnasianos tinham uma referência a seguir, estes
são tidos como mestres: Leconte de Lesle, Baudelaire e Théophile Gautier. Para
eles, a beleza deveria ser alcançada por meio de um trabalho pertinaz, que
tratasse a palavra como objeto; e não pelo mero automatismo da inspiração. Com
isso, surge a famosa teoria de a “arte pela arte”, segundo a qual ela não tem
outra finalidade além da criação da beleza.
Gautier exerceu grande influência no Brasil, assim como seu
genro Catulle Mendès, reconhecendo-se o influxo de ambos em Alberto de Oliveira
e Olavo Bilac, cujo programa estético, cuja a famosa “Profissão de fé”, que
abre as Poesias, é calcada em “L’art”,
poema onde Gautier condensara uma espécie de manifesto parnasiano.
O Parnasianismo brasileiro, a despeito da grande
influência que recebeu do Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução
dele, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e
de descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o
subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo
francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao
assunto, caracteriza-se pela objetividade, o universalismo e o esteticismo.
Este último exige uma forma perfeita (formalismo) quanto à construção e à
sintaxe. Os poetas parnasianos veem o homem preso à matéria, sem possibilidade
de libertar-se do determinismo, e tendem então para o pessimismo ou para o
sensualismo.
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