Canção do Exílio
O poema "Canção do exílio" foi escrito pelo poeta brasileiro Gonçalves Dias em 1843, na cidade de Coimbra, sendo primeiros poemas do livro "Primeiros Cantos". Trata-se da obra prima desse poeta brasileiro, pertencente à primeira geração romântica, como um dos mais famosos poemas da língua portuguesa no Brasil.
O segundo poema é o "Canto de regresso à pátria", escrito pelo poeta, ensaísta e dramaturgo brasileiro Oswald de Andrade. Ele foi um expoente e promotor da Semana de Arte Moderna de 1922, na cidade de São Paulo, e pertenceu à primeira geração modernista. Oswald de Andrade foi considerado, já em sua época, o mais rebelde de seu grupo.
Na análise do poema gonçalino, verifica-se que todos os versos estão metrificados na classificação de sete sílabas poéticas – ou seja, redondilha maior – o verso de sete sílabas é o mais simples, do ponto de vista da metrificação. É talvez por isso que ele seja tão comum nas cantigas de roda e canções populares, uma vez que é muito fácil de cantar. Assim, conclui-se que a "Canção do exílio" é uma cantiga que se destina a contemplar e exaltar a natureza, características da primeira geração romântica. O poeta estava estudando em Portugal, na época em que escreveu esse poema, refletindo sentimentos de saudade e patriotismo.
O uso das palavras "lá" – Brasil – e "cá" – Portugal – revelam, contudo, o tal citado acima saudosismo - pelo afastamento geográfico do poeta em relação à sua pátria. Assim, pode-se notar que o poema é dotada de uma contenção própria, ao qual se revela pela ausência de qualquer adjetivo.
Com relação ao "Canto de regresso à pátria", verifica-se que esse poema está dialogando com o poema de Gonçalves Dias. Entretanto, como se verificou acima, o diálogo pode ser contratual ou polêmico. Como citaremos à frente, o poema de Oswald de Andrade está construindo um sentido oposto ao romântico, porque ele não está celebrando a nação, muito pelo contrário, está sim ironizando-a.
Sabe-se que os modernistas da terceira geração eram conhecidos pelo anarquismo e lutavam contra o tradicionalismo; usavam de paródia, de humor, de verso livre, isto é, sem uso da métrica.
O salto para o amadurecimento impunha o enfrentamento do ridículo, mesmo na sua versão trágica. De nenhuma obra de Oswald (poesia, teatro ou ficção narrativa) se faz ausente o condimento estético dessa mistura. Disso provém sua singularidade. O riso, a ironia, a paródia se tornam recursos que se juntam ao aprofundamento da dor em sua dimensão individual ou coletiva. Em síntese, o riso, na obra de Oswald, traduz o instrumento de defesa contra a amargura trágica de um ser "desidentificado", traço constitutivo da brasilidade. É por esse atalho que segue a escrita de Oswald de Andrade. A ironia cáustica de História Pátria ("Lá vai uma barquinha carregada de aventureiros / Lá vai uma barquinha carregada de bacharéis /.../") e a paródia Canto de Regresso à Pátria ("Minha terra tem palmares / Onde gorjeia o mar / Os passarinhos daqui / Não cantam como os de lá /.../") são exemplos típicos. De maneira contundente, os escritores modernistas, ao retomarem a temática da identidade nacional, se empenharam em tentar fugir da armadilha, construída pelo imaginário romântico, em torno do binômio (identidade / natureza).
O segundo poema é o "Canto de regresso à pátria", escrito pelo poeta, ensaísta e dramaturgo brasileiro Oswald de Andrade. Ele foi um expoente e promotor da Semana de Arte Moderna de 1922, na cidade de São Paulo, e pertenceu à primeira geração modernista. Oswald de Andrade foi considerado, já em sua época, o mais rebelde de seu grupo.
Na análise do poema gonçalino, verifica-se que todos os versos estão metrificados na classificação de sete sílabas poéticas – ou seja, redondilha maior – o verso de sete sílabas é o mais simples, do ponto de vista da metrificação. É talvez por isso que ele seja tão comum nas cantigas de roda e canções populares, uma vez que é muito fácil de cantar. Assim, conclui-se que a "Canção do exílio" é uma cantiga que se destina a contemplar e exaltar a natureza, características da primeira geração romântica. O poeta estava estudando em Portugal, na época em que escreveu esse poema, refletindo sentimentos de saudade e patriotismo.
O uso das palavras "lá" – Brasil – e "cá" – Portugal – revelam, contudo, o tal citado acima saudosismo - pelo afastamento geográfico do poeta em relação à sua pátria. Assim, pode-se notar que o poema é dotada de uma contenção própria, ao qual se revela pela ausência de qualquer adjetivo.
Com relação ao "Canto de regresso à pátria", verifica-se que esse poema está dialogando com o poema de Gonçalves Dias. Entretanto, como se verificou acima, o diálogo pode ser contratual ou polêmico. Como citaremos à frente, o poema de Oswald de Andrade está construindo um sentido oposto ao romântico, porque ele não está celebrando a nação, muito pelo contrário, está sim ironizando-a.
Sabe-se que os modernistas da terceira geração eram conhecidos pelo anarquismo e lutavam contra o tradicionalismo; usavam de paródia, de humor, de verso livre, isto é, sem uso da métrica.
O salto para o amadurecimento impunha o enfrentamento do ridículo, mesmo na sua versão trágica. De nenhuma obra de Oswald (poesia, teatro ou ficção narrativa) se faz ausente o condimento estético dessa mistura. Disso provém sua singularidade. O riso, a ironia, a paródia se tornam recursos que se juntam ao aprofundamento da dor em sua dimensão individual ou coletiva. Em síntese, o riso, na obra de Oswald, traduz o instrumento de defesa contra a amargura trágica de um ser "desidentificado", traço constitutivo da brasilidade. É por esse atalho que segue a escrita de Oswald de Andrade. A ironia cáustica de História Pátria ("Lá vai uma barquinha carregada de aventureiros / Lá vai uma barquinha carregada de bacharéis /.../") e a paródia Canto de Regresso à Pátria ("Minha terra tem palmares / Onde gorjeia o mar / Os passarinhos daqui / Não cantam como os de lá /.../") são exemplos típicos. De maneira contundente, os escritores modernistas, ao retomarem a temática da identidade nacional, se empenharam em tentar fugir da armadilha, construída pelo imaginário romântico, em torno do binômio (identidade / natureza).
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